Contos de Taverna
A
porta da taverna range novamente, avisando a todos a entrada de mais outro
cliente da mesma. A claridade que entra pela porta bate nas costas do homem que
estava na frente da porta e então oculta o rosto do mesmo. Após a porta fechar,
todos veem que o homem era um cavaleiro grande, de aparentemente uns 34 anos.
Armadura de prata reluzente, com um grande escudo que protegia quase todo o
corpo, com uma cruz estampada em vermelho co centro do escudo. Sua armadura
também possuía cruzes ornamentadas pela armadura. Possuía um colar de ouro, com
uma cruz de símbolo. Uma espada grande o suficiente para fazer com que ele
empunhasse ela com 2 mãos. A espada possuía o cabo ornamentado, com a cabeça de
um leão na ponta, com os olhos de diamante. Capacete de prata, um tanto
simples, para não chamar tanta atenção. Os cabelos escondidos pelo capacete,
que apesar de ocultos, apareciam nas costas, pois era longo e castanho. Olhos
verdes escuros, como os de um gato.
Quando
o cavaleiro entrou na taverna, todos pararam o que estavam fazendo (Carteadas,
jogos, quedas de braço, conversas, flertes) e olharam para o cavaleiro que
entrou. Alguns continuaram a olhar para ele, outros simplesmente voltaram a
fazer o que estavam fazendo antes. O grande cavaleiro se aproxima do balcão e
senta no banco, observa por alguns segundos o que os outros estavam fazendo e
então virava e olhava para o taverneiro, que com um pano encerava um copo das
dezenas que tinha em sua taverna. E então o taverneiro para de repetir os movimentos
que fazia com o copo e olha para o grande cavaleiro e fala: “-O que desejas,
caro cavaleiro?” O cavaleiro escora o escudo ao lado dele, no balcão, e então
cruza os braços e olhando para o atendente, fala: “-Vou querer um hidromel, por favor.” Atendendo
o pedido do cavaleiro, o atendente vai até a cozinha e volta com uma caneca de
hidromel, pergunta se o cavaleiro quer mais alguma coisa, balançando a cabeça,
ele diz que não.
Enquanto
tomava sua bebida, a porta da taverna range novamente, era um grupo de ladinos,
que chegaram derrubando mesas e chutando cadeiras, assustando a clientela da
taverna. O cavaleiro nem se mexe, só olha para trás de canto, sem mexer a
cabeça, e traga mais um gole de hidromel. Quando retira a caneca da boca, um
ladino se aproxima e então rouba a caneca das mãos do cavaleiro e joga longe. O
ladino mal prepara um tapa para dar no cavaleiro e o mesmo segura a mão dele,
levantando e então soqueando o rosto do ladino. Ao ver a cena, os outros logo
empunham suas espadas e punhais, para matar o cavaleiro. Prevendo o
acontecimento, o cavaleiro empunha sua espada, e então se protege de ataques,
esquivando e bloqueando, até que sai da taverna, chamando os ladinos para fora.
Quando chegam lá fora, os clientes da taverna só ouvem gemidos de dor e gritos
de lá, e então o cavaleiro volta pra dentro da taverna, sendo recebido por
aplausos e sorrisos. Quando senta novamente, um jovem se aproxima e pergunta
para o cavaleiro: “-poderia ser meu mestre, senhor?” O cavaleiro olha para o
garoto, de cima a baixo e então responde: “-desejas ser um cavaleiro como eu,
pequena criança?” O garoto balança a cabeça, sinalizando que sim. E então o
cavaleiro pergunta: “-E seus pais, criança?” Ela responde “-Meus pais morreram
a muito tempo.”
O
cavaleiro, após um bom tempo perguntando coisas sobre a vida do garoto, olha
para ele e diz: “-Aqui vai a primeira lição: Tudo o que aprenderá, será através
de histórias que eu contarei.” O menino fica intrigado, e então pergunta: “-Que
histórias senhor? Poderia me contar uma agora?” O cavaleiro se ajusta no banco
e pede mais uma caneca de hidromel. Traga um gole, limpa a garganta e começa a
falar: “-Essa história que eu contarei, fala sobre um garoto de 17 anos, que
trajava uma armadura muito parecida com a minha. Saiu a noite, em sua primeira
aventura. Focado em sua função, empunhava a espada de duas mãos com uma certa
dificuldade, mas nada que atrapalhasse. Chegou até o pé de uma montanha, onde
tinha uma porta de ferro, com tochas aos cantos e uma plaquinha que dizia: ‘NÃO
ENTRE’ Sabendo que aquele local era um local onde se encontravam muitos
desafios, adentrou o recinto, com uma das tochas que tinha na parede. No primeiro
andar, encontrou logo de cara o primeiro desafio: Matar um esqueleto. Tarefa
fácil, de pequena importância. Após abater o esqueleto, foi subindo, e conforme
ia subindo, a dificuldade aumentava e o número de inimigos também, até que
chegou no final da suposta montanha. Havia uma porta de metal ornamentada com
voltas, e outra placa, que dizia o seguinte: ‘PARABÉNS, CHEGOU NO FINAL DESTA
MASMORRA. MATE A ULTIMA SURPRESA QUE DEIXEI PARA VOCÊ E SEJA RECOMPENSADO!’
Eufórico, o jovem cavaleiro adentrou o local, onde não avistou nada, quando de
repente olhos vermelhos surgem em suas costas, quando ele se vira, a tocha já
havia apagado só com o bafo da criatura. Era o que ele menos esperava: Um
dragão. Mal sabia sobre aquelas criaturas, e ainda pra piorar tinha que
enfrentar o maldito às cegas. O cavaleiro não tinha se preparado. Não havia
levado nada, a não ser sua espada e escudo. O dragão começara a desferir golpes
no escudo do garoto, fazendo com que o mesmo se partisse ou quebrasse. O jovem
aventureiro balançava a espada no ar, sem resultados. Após um longo tempo,
parecia que o dragão havia dado uma trégua ao garoto, mas na verdade ele só
havia cansado um pouco.” O cavaleiro dá uma pausa na história, traga um gole de
seu hidromel, enquanto o menino sentado ao seu lado, brilhava os olhos como se
fossem estrelas, escutava atento, quase sem respirar, maravilhado com a linda
história. O cavaleiro recomeça: “-E então, quando o dragão menos esperava, o
jovem desferiu um ataque em seu peito, que urrou de dor no momento. O dragão
cai ao chão, desfalecido. Seu corpo queima magicamente, iluminando a sala. Uma
porta secreta é aberta, onde havia um baú com muito ouro e recompensas. Fim.
Essa é a história garoto.” O garoto volta a vida, pois estava imaginando tudo.
Intrigado, pergunta ao cavaleiro: “-E o que eu aprendi com essa história, meu
senhor? O que eu aprendi além de ser bruto e heroico?” O cavaleiro ri, pois o
garoto não percebeu o sentido da história. E então responde: “-Você não
percebeu, não foi? O jovem cavaleiro só ganhou a batalha por pura sorte, uma
brecha do destino, que queria fazer com que ele ganhasse a batalha. O menino
mal sabia empunhar uma espada e já se metera num local perigoso, indicado para aventureiros
já com uma breve experiência. Isso mostra o quão tolo e inocente ficamos quando
a ansiedade toma conta do nosso corpo. A moral da história é que temos que nos
preparar muito para enfrentar desafios, pois raramente o destino abre brechas
para nós.” Ao terminar de falar, o cavaleiro leva o menino até um quarto e
então vai ao seu próprio quarto, encerrando a aula daquele dia ao seu novo
pupilo.
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